Paris, Grand Palais — A estreia de Matthieu Blazy como diretor criativo da Chanel marcou um capítulo importante na história da maison. O desfile aconteceu no Grand Palais, transformado em um espaço decorado com elementos astrológicos, que imediatamente anunciavam um novo olhar: mais leve, intuitivo e conectado ao presente.
A abertura surpreendeu: um conjunto de alfaiataria com blazer curto, inovador para a Chanel, abriu o desfile com um toque moderno e ousado. Pouco depois, a camisa branca, peça ícone da maison, apareceu em uma releitura elegante, criada em parceria com a Charvet, a tradicional casa de camisas sob medida da Place Vendôme, que historicamente vestiu o Boy Capel, grande amor de Gabrielle Chanel.
O blazer de tweed, símbolo absoluto da Chanel, passou por uma transformação radical: perdeu a rigidez clássica e ganhou leveza, aparecendo em versões soft e até translúcidas, revelando pele e movimento. Essa releitura trouxe liberdade, feminilidade e fluidez, características que marcam a assinatura contemporânea de Blazy.
O novo diretor criativo mostrou que conhece profundamente os códigos da maison, mas não tem medo de reinterpretá-los. Ele prestou homenagem a Virginie Viard, Karl Lagerfeld e, claro, Gabrielle Chanel, ao mesmo tempo em que introduziu cores ousadas, padronagens inovadoras e tecidos inesperados, projetando uma Chanel que dialoga com o presente e com as tendências futuras.
O desfile foi encerrado com um look colorido e despojado, e o grand finale, em que uma modelo abraçou Blazy na passarela, capturou a energia espontânea e celebratória que define esta nova fase da maison.
O resultado é fascinante: Chanel permanece reconhecível, mas é impossível não perceber a visão única de Matthieu Blazy. Uma coleção que une tradição e modernidade, elegância e leveza, e que posiciona a Chanel de forma ainda mais ousada para o futuro.












































































