{gallery}GUCCI COMEMORA 100 ANOS{/gallery}
O LOGO DA GUCCI É UMA DAS MAIS FORTES IDENTIDADES VISUAIS DA MARCA
A festa de celebração foi ambientada em uma versão cinematográfica do Savoy Hotel de Londres, onde o fundador da grife Guccio Gucci (hoje parte do grupo Kering) trabalhava como carregador de malas e se inspirou para voltar para Florença e abrir sua própria loja de artigos de couro, especializada em bolsas de viagem.
O desfile de Michele, intitulado Aria, incluiu modelos inspiridos em Tom Ford, ex diretor criativo da marca, na eterna bolsa Jackie, e quebrou paradigmas ao mostrar um desfile que enalteceu o centenário da marca e inovou ao inserir no contexto a Balancigada, que também faz parte do grupo Kering, arrasando num conceito inovador, com um filme que apresentou a nova coleção outono/inverno 2021. Essa foi a primeira coleção da Gucci que saiu do calendário da moda e se que comprometeu a apresentar apenas duas coleções por ano.
Refletindo sobre o marco do século, Michele disse que a magia da Gucci é sua capacidade de se redefinir ao longo do tempo, sem obrigações com qualquer imagem estritamente definida. “Estou tentando renovar pela milionésima vez essa marca, esse nome, esse mito, essa saga, porque Gucci é um contêiner complexo que contém muitas, muitas coisas”, disse Michele. O desfile marca os 100 anos da marca, que tem uma história cheia de nuances.
O INÍCIO DA GUCCI
A Gucci começou como uma loja de couro, sob o comando de Guccio Gucci. Nascido em 26 de março de 1881, filho de um simples fabricante de artigos de couro italiano, Guccio Gucci era porteiro no hotel Savoy em Londres quando se apaixonou pelas malas glamorosas com as quais os hóspedes chegavam de todo o mundo.
Em homenagem às suas raízes familiares, ele voltou para Florença. sua terra natal, para trabalhar para a Franzi, uma marca de malas. Anos mais tarde, Gucci estava pronto para agir por conta própria e, em 1921, abriu sua própria loja de artigos de couro de mesmo nome em Florença.
No início, o principal negócio da Gucci era fazer selas e outros acessórios para cavaleiros, sempre feitos com o melhor couro italiano. Seus designs continuaram a ganhar popularidade à medida que ele se expandia ainda mais no mundo dos acessórios, com os aristocratas ingleses se tornando grandes fãs da marca emergente.
O HORSEBIT É UM ÍCONE DE CASA QUE REMONTA AOS ANOS 50. EM 1951 RODOLFO GUCCI, FILHO DO FUNDADOR DA CASA GUCCIO GUCCI, ABRIU A PRIMEIRA LOJA GUCCI EM MILÃO. ACIMA, VÁRIAS VERSÕES DA BOLSA.
Ainda hoje, esse talento equestre pode ser visto nas criações modernas da Gucci, incluindo o amado detalhe do cavalo e a listra tecida em vermelho e verde, inspirada nos detalhes da sela.
Guccio alistou seus três filhos – Aldo, Vasco e Rodolfo – para ingressar na empresa em 1938, e eles foram encarregados de expandir a presença da marca, trazendo a Gucci para Roma e eventualmente Milão, nos anos posteriores.
Foi em 1947 que, com a escassez do couro por conta da Guerra, que a primeira bolsa icônica da Gucci surgiu. Com uma alça de bambu, que substituiu o couro, o modelo seduziu mulheres de todos os tipos, mas principalmente, mulheres extremamente influentes, transformando-se no item-desejo da época. Até hoje, esse modelo é icônico e, hoje, um item de colecionador.
Pouco tempo depois, o logotipo GG ganhou as peças da Gucci. As duas letras G entrelaçadas, sendo uma delas invertida, não demoraram para se tornarem reconhecidas como a marca registrada da Gucci, imitando os brasões familiares que primeiro inspiraram Guccio Gucci.
Um dos nomes mais icônicos relacionados à Gucci foi Jacqueline Kennedy, que, inclusive, foi homenageada tendo seu nome dado a uma bolsa Gucci que sempre usava, a Jackie.
Em 1953, faleceu Guccio e a grife se tornou propriedade familiar, no entanto, no mesmo ano, começa a expansão da grife para territórios internacionais, chegando primeiramente em Nova York, com Rodolfo e Aldo no comando. A chegada da grife aos Estados Unidos atraiu ainda mais celebridades de Hollywood, alavancando as vendas. Na mesma época, a marca passou por uma reinvenção tornando-a, de fato, um marco na história da moda.
O Horsebit Loafer, um mocassim de fivela de metal que imita as fivelas usadas por cavalos de corrida, além da fita Web, verde e vermelha, também nascerem neste momento de expansão da grife e, até hoje, são os detalhes mais buscados (e desejados) da grife. O Loafer Gucci, conquistou tantas pessoas que se tornou até parte fixa da exposição do MET em Nova York.
Com o passar dos anos, a direção da marca passou por diversas mudanças, até chegar a Tom Ford, nos anos 90. Com ele à frente da grife, uma nova Gucci nasceu com o relançamento de grandes ícones, como a própria bolsa com alça de bambu e o mocassim Horsebit, e lançando a Bolsa Horsebit Clutch, que se se tornou um fenômeno, principalmente entre celebridades.
Em 2002, Frida Giannini, ex-diretora criativa de bolsas da Fendi, se junta ao departamento de acessórios da Gucci, reinventando códigos clássicos da grife ao lado de Tom Ford. Logo, em 2004, Tom Ford deixa a Gucci e John Ray passa a comandar a direção criativa masculina, ao lado de Alessandra Facchinetti na moda feminina da Gucci e Frida a frente dos acessórios.
O PAINEL DOS 100 ANOS DA GUCCI, JACKIE KENNEDY ONASSIS COM A JACKIE BAG, DESFILE DE 100 ANOS DA MARCA E O ESTILISTA ALESSANDRO MICHELE
A partir de 2005, Frida assume o comando total da grife, após o sucesso da estampa Flora. Em 2015, quem assumiu a direção criativa da grife foi Alessandro Michele, responsável por uma grande valorização da grife. Suas criações idiossincráticas, sua paixão pela moda vintage e uma narrativa que quebra estereótipos e clichês são parte de sua criação.
Em 1988, Maurizio Gucci vendeu 47,8% da Gucci para o fundo de investimentos Investcorp (dono da Tiffany desde 1984). Em 1993, a Investcorp comprou os 50% restantes da Guccio Gucci S.p.A. de Maurizio Gucci, e o envolvimento da família Gucci no grupo foi encerrado. Desde 1996, o conglomerado de luxo francês LVMH comprou ações da Gucci e atingiu 34% de participação no Gucci Group NV em janeiro de 1999.
Em março de 1999, o conglomerado francês Pinault Printemps Redoute (PPR) comprou 40% da Gucci por US $ 75 por ação, e as ações da LVMH caíram para 20,7% em um processo de diluição. Por meio do acordo, a PPR também comprou a Yves Saint Laurent da Sanofi e a vendeu de volta pelo mesmo preço para o Grupo Gucci.
Marco Bizzarri é CEO da Gucci desde dezembro de 2014, e Alessandro Michele diretor de criação desde janeiro de 2015. A Gucci faz parte do grupo de luxo francês Kering, que gerencia o desenvolvimento de uma série de casas renomadas em moda, artigos de couro, joias e relógios. Nos anos após sua nomeação, Michele transformou a casa de luxo na visão impressa, com lantejoulas e amantes de óculos grandes que conhecemos hoje.
Em 2017, a empresa anunciou seus planos de ficar totalmente sem uso de pele e prometeu reduzir seu impacto ambiental, incluindo as emissões de gases de efeito estufa, até 2025. Em 2019, a Gucci relançou sua linha de maquiagem, Gucci Beauty, e lançou sua primeira fragrância unissex, Mémoire d’Une Odeur.
Mais recentemente, Michele anunciou em maio de 2020 que a Gucci está adotando a moda sem estação e deixando a estrutura da Fashion Week para trás. Também estará reduzindo seus shows, passando de cinco para apenas dois por ano. Com mais de 17.000 funcionários e mais de 485 lojas, a Gucci é considerada uma das casas de moda mais desejadas do mundo. De acordo com a Forbes, é considerada uma das marcas mais valiosas do mundo.
*Informações de Forbes, Vogue, Purse Blog, Wikipedia e Gucci.