Em 2025, a LVMH, grupo francês que reúne gigantes da moda e do luxo como Louis Vuitton, Dior e Celine, passa por um momento desafiador. No segundo trimestre, as vendas da divisão de moda e artigos de couro — sua principal fonte de receita — caíram 9%, uma retração que reflete um cenário global mais complexo e em transformação.
O desempenho menos robusto acontece em meio a mudanças importantes no comportamento dos consumidores e nas condições econômicas internacionais. No Japão, por exemplo, as vendas despencaram 28% neste período, impactadas pela queda do turismo chinês, que até pouco tempo era um dos motores do mercado local. Já a China, que há anos é peça fundamental para o crescimento do setor, mostra sinais iniciais de recuperação, mas ainda enfrenta incertezas econômicas que limitam o consumo de luxo.
O consumidor de luxo, antes seduzido por aumentos constantes de preço — que chegaram a 65% entre 2019 e 2023 — hoje demonstra maior cautela. Em resposta, a LVMH reduziu o ritmo dos reajustes para cerca de 3% em 2025, buscando equilibrar exclusividade e acessibilidade.
Internamente, o grupo investe em estratégias para se adaptar ao novo cenário. Uma nova fábrica da Louis Vuitton está prevista para abrir no Texas até 2027, o que reforça a presença no mercado americano e reduz os impactos das tensões comerciais globais. Além disso, a LVMH aposta em inovação criativa e experiências exclusivas para reconquistar seu público.
Enquanto isso, concorrentes como Hermès mantêm desempenho sólido, apostando em produção limitada e foco na exclusividade, aspectos cada vez mais valorizados em tempos de consumo consciente.
O momento atual é, sem dúvida, um divisor de águas para o luxo global. A LVMH, com sua vasta tradição, mostra que mesmo os maiores impérios precisam se reinventar para acompanhar as transformações culturais e econômicas do século 21. Mais do que jamais, luxo hoje é sinônimo de significado, experiência e conexão — e essa mudança promete redesenhar o futuro do setor.




